Fundos imobiliários em alta: patrimônio cresce e base de investidores dispara
Tatyane Estevão
Analista de planejamento
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O mercado brasileiro de Fundos de Investimento Imobiliário chegou a 2,9 milhões de investidores em 2025, segundo a B3. Em pouco mais de uma década, os FIIs saíram de nicho de renda passiva para se tornarem um dos pilares do mercado de capitais, com um patrimônio somado de R$ 183 bilhões em fundos listados, acima dos R$ 167 bilhões de 2024. Hoje, já são mais de 500 FIIs na bolsa, cobrindo diversos tipos de imóveis, estratégias e níveis de risco.
O crescimento foi impressionante nos últimos anos. Entre 2020 e 2025, o número de investidores saltou de 1,2 milhão para 2,9 milhões, alta de cerca de 142 por cento. No mesmo período, o volume financeiro médio diário negociado passou de R$ 214 milhões para R$ 316 milhões. Por outro lado, os dados mais recentes mostram um mercado em ritmo mais moderado. De 2024 para 2025, a base de investidores avançou apenas 3,5 por cento e o volume negociado recuou de R$ 353 milhões para R$ 316 milhões.
Para analistas, isso não significa perda de relevância, e sim mudança de fase. O ciclo de forte expansão foi impulsionado por juros mais baixos, isenção de imposto de renda nos rendimentos e maior acesso via corretoras digitais. Agora, o setor entra em um momento de consolidação, com investidores mais seletivos, foco maior em qualidade de gestão, governança e escala. Fundos menores sentem mais os custos fixos, a falta de liquidez e a dificuldade de diversificar ativos, enquanto veículos maiores conseguem captar recursos com mais facilidade e acessar crédito mais barato.
A expectativa é de um movimento gradual de fusões e incorporações, aproximando o mercado brasileiro do que já acontece há anos com os REITs nos Estados Unidos. Para quem é de imobiliária ou atua com seguros ligados a imóveis, entender esse mapa é cada vez mais importante. Os FIIs seguem oferecendo uma porta de entrada para o investimento imobiliário com tíquete menor, liquidez em bolsa e exposição a ativos de grande porte, e tendem a continuar dividindo espaço com o “tijolo físico” nas estratégias de patrimônio de clientes pessoas físicas e institucionais.
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