Quase metade dos inquilinos planeja se mudar em breve, mostra pesquisa

A vida em imóvel alugado está longe de ser definitiva para muitos brasileiros. A pesquisa “Raio-X do aluguel no Brasil”, mostrou que 41% dos inquilinos pretendem trocar de imóvel nos próximos meses. A pesquisa ouviu 1.300 pessoas em todo o país, entre 26 de setembro e 6 de outubro de 2025.
O desejo de mudança aparece com mais força entre os jovens de 18 a 24 anos, faixa em que o índice chega a 47%. Já entre quem tem 45 anos ou mais, a intenção de se mudar cai para 37%, indicando um perfil mais focado em estabilidade e permanência no mesmo endereço.
Quando o assunto é o motivo da mudança, dois fatores se destacam:
• Busca por mais espaço: é a razão principal para 20% dos entrevistados, com maior peso entre as mulheres, das quais 25% apontaram esse motivo, contra 14% dos homens. Essa diferença pode estar ligada à composição familiar, já que 57% das mulheres disseram morar com filhos, ante 45% dos homens.
• Valor do aluguel: aparece em segundo lugar, mencionado por 14% dos participantes, empatado com a busca por bairros mais tranquilos, também citada por 14%.
Entre os inquilinos que planejam se mudar, o recorte financeiro é bem claro:
• 43% querem um imóvel mais barato
• 48% pretendem permanecer na mesma faixa de preço
• 9% estão dispostos a pagar mais para encontrar um lugar que se encaixe melhor no que procuram.
A pesquisa foi realizada online com pessoas de 18 anos ou mais, em todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com 95% de confiança.
Para o mercado imobiliário, os dados reforçam que o inquilino está mais sensível a preço e qualidade de moradia, e que há um grupo relevante disposto a trocar de imóvel em busca de mais espaço, melhor localização e custo-benefício — um cenário que abre oportunidade para imobiliárias, corretores e proprietários atentos a esses ajustes de perfil.

Volta ao escritório ganha força e o aluguel comercial acompanha

A discussão sobre home office x presencial voltou com tudo. O Nubank decidiu exigir ida ao escritório em 2026 por 2 dias na semana e em 2027 por 3 dias, o que gerou manifesto interno e reacendeu o debate. Outras empresas também apertaram o híbrido: a XP ampliou a estrutura presencial e, entre gigantes globais como Amazon, Apple, Microsoft e Nike, o movimento é semelhante. Hoje, a maioria das grandes companhias já tem política formal de retorno.
No mercado, esse vaivém aparece nos números. Em setembro de 2025, o FipeZAP Comercial mostrou que os aluguéis de salas e conjuntos até 200 m² subiram 0,77% no mês, 7,08% no ano e 8,65% em 12 meses, acima do IPCA. As vendas avançaram de forma mais moderada, com alta de 0,10% no mês e 2,31% no ano. Em praças como São Paulo, relatórios do 3º tri indicam vacância em queda, absorção positiva e preços de aluguel em leve alta nos eixos consolidados.
Para o mercado imobiliário, isso significa mais procura por escritórios bem localizados, com fácil acesso ao transporte e prédios cheios de amenities que incentivem a colaboração. Imóveis prontos para uso, que exigem menos investimento inicial e menos tempo de adaptação, ganham vantagem nas negociações. Para proprietários, o cenário abre espaço para reajustes graduais de aluguel e contratos mais flexíveis, combinando área fixa com espaços sob demanda, enquanto imobiliárias e corretores encontram um terreno mais favorável para recolocação de lajes e retrofit de prédios antigos.

Nápoles subterrânea: a estação de Anish Kapoor como portal entre arte e cidade

Em Nápoles, uma simples troca de metrô virou experiência sensorial. A recém-inaugurada Monte Sant’Angelo, assinada por Anish Kapoor (o artista do Cloud Gate em Chicago), mistura obra pública com obra de arte e dá um banho de arquitetura, mito e cidade.
Foram mais de 20 anos de trabalho para redesenhar a área de Traiano, e o resultado não é uma estação “bonita”; é um túnel-galeria que parece respirar. São dois acessos que conversam entre si:
• de um lado, voltado à universidade, um volume de aço patinável emerge do chão como escultura;
• do outro, no Traiano, um acesso limpo e tubular faz o contraponto minimalista.
Lá embaixo, a parceria com Jan Kaplický e Amanda Levete (Future Systems) manteve o bruto à mostra: texturas, curvas e passagens que lembram vulcões, cavernas e eco. Kapoor queria que o visitante sentisse que está “na cidade do Vesúvio, à porta do Inferno de Dante” e a sensação é exatamente essa: caminhar por um corpo geológico que pulsa.
A Monte Sant’Angelo não é só um ponto de embarque; é um ato de descida. Descer à plataforma vira ritual, onde arquitetura vira metáfora e a cidade reaprende a olhar o próprio subsolo. Em Nápoles, o metrô não te leva apenas ao destino, leva a um lugar de imaginação.

O sonho da casa própria está envelhecendo e encarecendo no mundo todo

Entrar no primeiro imóvel ficou para depois. Nos Estados Unidos, quem estreia como proprietário agora tem idade mediana de 40 anos, o maior patamar já visto. Nos anos 1980, esse número era 29; em 2010, 30. O salto tem dois motores: juros perto de 6% e valores 50% maiores desde 2019. Resultado? Mesmo entre os que conseguem comprar, boa parte conta com ajuda da família.
Não é só lá fora
A pressão sobre moradia virou fenômeno global, comprar ou alugar pesa mais que a renda em vários países.
• Reino Unido: para viabilizar a primeira compra, a renda anual típica precisa ficar em torno de £60 mil; casas custam 8× a renda média.
• Espanha: aluguéis dispararam em 2024, cerca de +14% em Barcelona e +15% em Madri; a escassez de oferta leva trabalhadores a soluções improvisadas em áreas turísticas.
• Brasil: o aluguel residencial acumulou +13,5% em 2024, mantendo a moradia no topo das despesas das famílias.
Política entra em campo
Nos EUA, o tema já pauta campanhas e gabinetes. Em Nova York, o prefeito eleito Zohran Mamdani defende congelar aluguéis de mais de 1 milhão de contratos estabilizados para conter a escalada de preços.
O que isso diz ao mercado
• O “primeiro imóvel” virou projeto de longo prazo.
• Crédito mais caro e estoque curto empurram a decisão de compra.
• Locação ganha tração, enquanto soluções de entrada subsidiada, co-financiamento familiar e políticas de estabilização voltam ao debate.
Em poucas palavras: o teto continua sendo prioridade, só que mais tarde, mais caro e mais disputado.

Copom mantém Selic em 15% e adota tom cauteloso, frustrando expectativa de parte do mercado

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião encerrada nesta quarta-feira (5). Essa é a terceira vez consecutiva que o Banco Central opta por não reduzir os juros, uma decisão que reforça o tom de cautela e frustra parte do mercado, que esperava sinais de flexibilização já neste fim de ano.
No comunicado, o Copom destacou que a política monetária seguirá “significativamente contracionista por um período prolongado”, para garantir que a inflação continue convergindo para a meta. Em outras palavras: o juro alto vai continuar, por enquanto.
O mercado interpretou o texto como neutro, mas com viés duro (“hawkish”, no jargão econômico). Analistas afirmam que o BC reconhece o arrefecimento da inflação, mas ainda não se sente confiante para cortar juros diante de um cenário global incerto e de preocupação com o ajuste fiscal brasileiro.
Economistas consultados apontam que o primeiro corte pode vir apenas entre março e junho de 2026, dependendo do ritmo de queda dos preços e da estabilidade das contas públicas.
A inflação projetada para o horizonte relevante da política monetária caiu de 3,4% para 3,3%, próxima da meta. Ainda assim, o juro real (descontada a inflação) continua entre os mais altos do mundo, superando 10% ao ano.
No setor produtivo, a reação foi imediata. Entidades industriais e da construção civil criticaram a decisão. A CNI classificou a manutenção como um “duro golpe” à economia, e a CBIC alertou que a Selic elevada “freia investimentos e dificulta novos lançamentos”.
Para o mercado financeiro, porém, o recado é claro: o Banco Central mantém o foco na credibilidade e prefere errar pelo excesso de cautela do que arriscar a inflação voltar a subir.
Em resumo: juros altos por mais tempo, alívio adiado e muita atenção ao que o BC fará nas próximas reuniões.

Trump investe US$ 200 milhões em salão de festas para a Casa Branca

O presidente Donald Trump deu início à construção de um novo salão de festas na Casa Branca, parte de um projeto de renovação que promete marcar seu legado.
O espaço será assinado pelo arquiteto James McCrery, conhecido por projetos de inspiração clássica e religiosa, e construído pela Clark Construction, empresa com mais de 100 anos de história.
Com orçamento estimado em US$ 200 milhões, o salão terá capacidade para até 650 convidados — três vezes mais que o atual East Room — e será usado para grandes eventos oficiais e diplomáticos.
A obra, financiada por Trump e doadores privados, já começou com intervenções na ala leste do prédio e tem gerado debates sobre preservação histórica, financiamento e simbolismo religioso.
O projeto reflete a busca do ex-presidente por deixar uma marca duradoura na arquitetura da Casa Branca — com um toque de luxo, tradição e polêmica.

Imóveis comerciais desaceleram, mas continuam em alta em 2025

O mercado de imóveis comerciais deu uma leve desacelerada em setembro, mas segue mostrando força. Segundo o Índice FipeZAP, as salas e conjuntos de até 200 m² registraram alta média de 0,10% nas vendas e 0,77% nos aluguéis, variações menores que as de agosto (+0,25% e +1,05%).
Mesmo com o ritmo mais lento, o desempenho ainda supera a inflação do período — o IPCA subiu 0,48% e o IGP-M, 0,42%. Entre as cidades com maiores altas estão Curitiba (+1,38%), Salvador (+1,18%) e Campinas (+0,45%) nas vendas, e Florianópolis (+1,51%), Rio de Janeiro (+1,30%) e Belo Horizonte (+0,94%) nos aluguéis.
No acumulado de 2025, os preços de venda avançaram 2,31%, enquanto os aluguéis comerciais subiram 7,08% — acima do IPCA (3,64%) e bem distante do IGP-M, que teve queda de 0,94%.
Nos últimos 12 meses, a tendência se repete: vendas +2,47% e locações +8,65%, com destaque para Curitiba, Brasília e Salvador nas vendas e Niterói e Brasília entre os maiores aumentos de aluguel.
O valor médio do metro quadrado comercial chegou a R$ 8.608 para venda e R$ 48,85 para locação. São Paulo segue na liderança com R$ 10.391/m², seguida por Curitiba (R$ 8.933) e Florianópolis (R$ 8.717).
O retorno médio anual (rental yield) foi de 7,03%, acima do segmento residencial (5,94%). Salvador (10,11% a.a.), Campinas (8,60%) e Brasília (7,21%) aparecem como as praças mais rentáveis.
Mesmo com os juros elevados, o setor comercial segue firme e mostra que continua sendo uma opção atrativa para quem busca investimento com renda e estabilidade.

Aluguéis atrasam mais e apostas online entram na conta

A inadimplência de aluguel no Brasil voltou a subir e atingiu 3,80% em setembro, o maior índice dos últimos 16 meses, segundo levantamento da Superlógica, plataforma de soluções para o mercado imobiliário. O aumento interrompeu a estabilidade de julho e agosto (3,76%) e representa uma alta de 0,66 ponto percentual em relação a setembro de 2024 (3,14%).
O dado preocupa o setor imobiliário, especialmente porque surge junto a outro alerta: uma pesquisa recente apontou que 1 em cada 10 brasileiros já atrasou o aluguel por causa de gastos com apostas online.
Nos imóveis residenciais, a inadimplência caiu entre as faixas de maior valor, mas segue alta nas locações de até R$ 1 mil (5,96%), a segunda maior taxa entre todas as faixas. No mercado comercial, o índice subiu para 5,55%, com destaque negativo para imóveis de até R$ 1 mil, que chegaram a 9,89%.
Regionalmente, o Nordeste lidera o ranking com 5,97%, seguido pelo Norte (4,86%) e Centro-Oeste (3,49%). O Sul manteve a menor taxa do país, com 3,28%.
Além da inflação e dos juros altos, novos comportamentos financeiros têm pesado no bolso dos inquilinos. O avanço das apostas digitais e o endividamento causado por jogos online já aparecem nas planilhas das imobiliárias como uma das razões para atrasos recorrentes, especialmente entre jovens adultos de 25 a 34 anos.
Com o fim do ano se aproximando, o desafio para o setor é equilibrar a inadimplência e acompanhar mudanças no perfil financeiro dos locatários, que hoje convivem com custos fixos mais altos e novas fontes de gasto digital.

Governo do Rio quer vender o Maracanã para reduzir dívida com a União

O Governo do Rio de Janeiro incluiu o Complexo do Maracanã na lista de 62 imóveis que podem ser vendidos para abater parte da dívida estadual de R$ 190 bilhões com a União. A medida faz parte do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permite usar bens públicos como ativos financeiros.
A proposta, já aprovada na CCJ da Alerj, ainda será votada no plenário. A expectativa é arrecadar cerca de R$ 2 bilhões com as vendas — incluindo também a Aldeia Maracanã, imóveis da UERJ e o Batalhão da PM da Tijuca.
Segundo o deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), o objetivo é reduzir gastos e dar viabilidade financeira ao estádio, que custa quase R$ 1 milhão por jogo. O Maracanã, atualmente sob concessão de Flamengo e Fluminense até 2044, teria sua venda negociada com o consórcio.
O tema também movimenta o cenário político: a operação é vista como uma estratégia eleitoral para 2026, envolvendo o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, e o prefeito Eduardo Paes, em meio à disputa pela influência sobre o futuro do estádio mais icônico do país.

IA e mercado imobiliário: dados revelam nova era de decisões inteligentes

A Inteligência Artificial já deixou de ser uma tendência distante e passou a fazer parte da rotina do mercado imobiliário. De acordo com uma pesquisa do Grupo OLX, realizada com usuários dos portais ZAP, Viva Real e OLX, 4 em cada 10 pessoas que procuram imóveis para compra ou locação já recorreram a ferramentas de IA, como ChatGPT, Gemini ou Midjourney, durante o processo de busca.
A pesquisa mostra que a tecnologia está se tornando um aliado importante na jornada do consumidor, ajudando na busca por imóveis com características específicas, recebendo recomendações personalizadas e explorando sites de anúncios com mais agilidade e precisão.
Segundo Taiane Martins, gerente de inteligência de mercado do Grupo OLX, essa transformação está redefinindo a relação entre cliente e corretor:
“A chave para o sucesso estará na habilidade de alinhar soluções às expectativas de um público que busca uma experiência satisfatória e humana, mas que é cada vez mais digital e objetivo”, destaca.
O levantamento revela ainda que 60% dos usuários que já experimentaram IA consideram a tecnologia importante ou muito importante na jornada de compra ou aluguel. Por outro lado, entre quem nunca utilizou, 80% ainda se mostram indiferentes ou céticos — um número que tende a cair conforme mais plataformas incorporam recursos inteligentes.
Para o setor, os dados reforçam um novo cenário: a decisão de compra está se tornando mais autônoma, personalizada e orientada por dados. Corretores e imobiliárias que souberem integrar a IA aos seus processos terão vantagem competitiva em um mercado que caminha para ser cada vez mais digital, preditivo e centrado na experiência do cliente.
A pesquisa foi realizada de forma online com 1.000 usuários interessados em imóveis residenciais. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para o total da amostra.

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