Alerta no Mercado: Tarifaço de Trump pressiona economia e pode atingir o setor imobiliário

Tatyane Estevão
Analista de planejamento
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Na semana passada, fomos surpreendidos pela notícia: Donald Trump anunciou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que parecia inicialmente voltada ao agronegócio e à indústria do aço, agora — uma semana depois — começa a mostrar seus reflexos em toda a economia, inclusive no mercado imobiliário.
A tensão entre os países provocou uma escalada imediata no dólar, que já ultrapassa os R$ 5,80, e acendeu o sinal de alerta para inflação, crédito e investimentos.
Financiamentos mais caros, obras pressionadas
Com o dólar em alta, insumos da construção civil, combustíveis e alimentos já começam a encarecer. Esse cenário aumenta a pressão inflacionária, justamente no momento em que o Banco Central revisava sua política de juros. Agora, o que se discute é a suspensão dos cortes na Selic — ou até uma nova elevação.
Isso atinge em cheio o financiamento imobiliário. Com juros mais altos e menor previsibilidade, a classe média tende a recuar nas compras, afetando diretamente o ritmo de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Investimentos internacionais na corda bamba
Outro impacto visível é a freada nos investimentos brasileiros em imóveis no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Com a valorização do dólar, muitos investidores de alta renda estão revendo estratégias e considerando alternativas mais acessíveis, como Portugal, Emirados Árabes ou países vizinhos na América do Sul.
O mercado precisa se adaptar. Rápido.
Este novo cenário exige agilidade e atenção redobrada. Incorporadoras, corretores e investidores precisam recalibrar seus planejamentos, entender os novos custos e riscos envolvidos e ajustar suas expectativas de curto prazo.
A tensão internacional pode ser passageira, mas os impactos econômicos são imediatos — e o setor imobiliário já começa a senti-los.
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