Nápoles subterrânea: a estação de Anish Kapoor como portal entre arte e cidade

Tatyane Estevão

Analista de planejamento

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Em Nápoles, uma simples troca de metrô virou experiência sensorial. A recém-inaugurada Monte Sant’Angelo, assinada por Anish Kapoor (o artista do Cloud Gate em Chicago), mistura obra pública com obra de arte e dá um banho de arquitetura, mito e cidade.

Foram mais de 20 anos de trabalho para redesenhar a área de Traiano, e o resultado não é uma estação “bonita”; é um túnel-galeria que parece respirar. São dois acessos que conversam entre si:

  • de um lado, voltado à universidade, um volume de aço patinável emerge do chão como escultura;
  • do outro, no Traiano, um acesso limpo e tubular faz o contraponto minimalista.

Lá embaixo, a parceria com Jan Kaplický e Amanda Levete (Future Systems) manteve o bruto à mostra: texturas, curvas e passagens que lembram vulcões, cavernas e eco. Kapoor queria que o visitante sentisse que está “na cidade do Vesúvio, à porta do Inferno de Dante” e a sensação é exatamente essa: caminhar por um corpo geológico que pulsa.

A Monte Sant’Angelo não é só um ponto de embarque; é um ato de descida. Descer à plataforma vira ritual, onde arquitetura vira metáfora e a cidade reaprende a olhar o próprio subsolo. Em Nápoles, o metrô não te leva apenas ao destino, leva a um lugar de imaginação.

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