O sonho da casa própria está envelhecendo e encarecendo no mundo todo

Tatyane Estevão

Analista de planejamento

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Entrar no primeiro imóvel ficou para depois. Nos Estados Unidos, quem estreia como proprietário agora tem idade mediana de 40 anos, o maior patamar já visto. Nos anos 1980, esse número era 29; em 2010, 30. O salto tem dois motores: juros perto de 6% e valores 50% maiores desde 2019. Resultado? Mesmo entre os que conseguem comprar, boa parte conta com ajuda da família.

Não é só lá fora

A pressão sobre moradia virou fenômeno global, comprar ou alugar pesa mais que a renda em vários países.

  • Reino Unido: para viabilizar a primeira compra, a renda anual típica precisa ficar em torno de £60 mil; casas custam 8× a renda média.
  • Espanha: aluguéis dispararam em 2024, cerca de +14% em Barcelona e +15% em Madri; a escassez de oferta leva trabalhadores a soluções improvisadas em áreas turísticas.
  • Brasil: o aluguel residencial acumulou +13,5% em 2024, mantendo a moradia no topo das despesas das famílias.

Política entra em campo

Nos EUA, o tema já pauta campanhas e gabinetes. Em Nova York, o prefeito eleito Zohran Mamdani defende congelar aluguéis de mais de 1 milhão de contratos estabilizados para conter a escalada de preços.

O que isso diz ao mercado

  • O “primeiro imóvel” virou projeto de longo prazo.
  • Crédito mais caro e estoque curto empurram a decisão de compra.
  • Locação ganha tração, enquanto soluções de entrada subsidiada, co-financiamento familiar e políticas de estabilização voltam ao debate.

Em poucas palavras: o teto continua sendo prioridade, só que mais tarde, mais caro e mais disputado.

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