Paraty à venda: disputa judicial reacende debate sobre regularização fundiária em áreas turísticas

Tatyane Estevão
Analista de planejamento
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Uma das regiões mais charmosas e históricas do Brasil virou palco de uma polêmica imobiliária. Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, está no centro de uma disputa judicial envolvendo a venda de terrenos em áreas tradicionalmente ocupadas por comunidades locais. O caso foi revelado em reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, no último domingo (14), e movimentou o setor imobiliário e jurídico.
De acordo com a denúncia, algumas grandes áreas de Paraty foram comercializadas como se fossem terras desocupadas e prontas para empreendimentos privados — quando, na verdade, são habitadas há décadas por moradores e comunidades caiçaras. As vendas, formalizadas em cartório, transferiram a posse de regiões inteiras a novos proprietários, que agora enfrentam resistência dos moradores e questionamentos na Justiça.
Para o mercado imobiliário, o episódio acende um sinal de alerta sobre a importância da regularização fundiária, especialmente em áreas turísticas ou de preservação ambiental. A falta de clareza sobre a titularidade e o uso social das terras pode gerar riscos financeiros e jurídicos para investidores, construtoras e corretores que atuam nessas regiões.
Além de movimentar o debate jurídico, o caso evidencia como operações imobiliárias sem a devida verificação podem resultar em bloqueios judiciais, protestos locais e perdas reputacionais. Em regiões onde o valor do metro quadrado costuma ser elevado e a pressão por novos empreendimentos é constante, especialistas recomendam atenção redobrada na análise documental, certidões atualizadas e histórico de ocupação antes de qualquer negócio.
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