Como a retomada dos juros globais ainda impacta o brasil e o dólar

Tatyane Estevão
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Mesmo com as notícias sobre a alta dos juros globais tendo ganhado força lá em outubro de 2024, os efeitos desse movimento seguem firmes no nosso dia a dia. Com o FMI, a OCDE e os principais bancos centrais dos EUA e Europa sinalizando que a queda nos juros vai demorar mais do que o previsto, o mercado brasileiro continua sentindo os reflexos — e o dólar, claro, é o primeiro a reagir.
Nos últimos meses, o dólar voltou a se valorizar frente ao real, passando de R$ 4,90 para patamares acima de R$ 5,20. Isso acontece porque, com juros altos lá fora, investidores globais tiram dinheiro de mercados emergentes como o Brasil para buscar rentabilidade em títulos americanos ou europeus, considerados mais seguros. E essa fuga de capital pressiona a nossa moeda.
Além disso, os juros globais em alta seguram também a inflação importada e dificultam que o Banco Central brasileiro corte a Selic no ritmo que o mercado gostaria. Ou seja, o custo do crédito, os preços de produtos importados e até as negociações de contratos atrelados ao dólar seguem sendo afetados por essa dinâmica internacional.
E por enquanto, a expectativa é de cautela. O mercado monitora de perto os próximos movimentos do Federal Reserve (EUA) e do Banco Central Europeu, que seguem priorizando o controle da inflação antes de qualquer alívio nos juros.
Por aqui, a regra continua a mesma: olho no dólar e no cenário externo antes de planejar os próximos passos da economia.
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