A quadra de basquete que virou “escudo” contra enchentes em Nova York

Em Nova York, uma ideia simples e genial está chamando atenção de urbanistas do mundo todo: transformar quadras de basquete em ferramentas contra enchentes. Em vez de derrubar tudo e começar do zero, o estúdio de arquitetura paisagística Grain Collective decidiu reaproveitar o que já existia nos conjuntos habitacionais da cidade.
O primeiro exemplo é a Water Square, no Queens, em uma área da NYCHA que antes tinha uma quadra velha, rachada e praticamente abandonada. Hoje, o espaço continua sendo lugar de encontro, brincadeira e esporte, mas com uma função extra: ele é capaz de reter cerca de 330 mil galões de água da chuva. A jogada de mestre foi afundar a quadra em aproximadamente um metro. Assim, quando chove forte, ela funciona como uma grande bacia, recebendo a água que vem dos bueiros próximos e direcionando tudo para canos subterrâneos e áreas de biorretenção, que filtram e liberam a água aos poucos no solo. As bordas mais altas servem de arquibancada quando o tempo está seco e de contenção quando a água sobe.
O modelo já começou a se espalhar. Em East Harlem, outro projeto está em andamento, desta vez no nível da rua, usando pavimento permeável para ajudar a absorver a água. A lógica é sempre a mesma: espaços que, no dia a dia, são lugar de convivência e lazer, mas que, em momentos de tempestade, viram infraestrutura inteligente contra enchentes.
A pergunta que fica para nós é irresistível: será que dá para imaginar algo parecido em cidades brasileiras, onde praças, quadras e áreas públicas também poderiam jogar no time da drenagem urbana, ajudando a segurar a água antes que ela vire alagamento?
Selic segue em 15% e o Banco Central pisa no freio da economia

O Banco Central decidiu, pela quarta vez seguida, manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar dos últimos 20 anos. A mensagem é clara: em um cenário de inflação ainda pressionada e contas públicas desequilibradas, não é hora de aliviar os juros. Enquanto a inflação oficial começa a se aproximar do teto da meta, a inflação de serviços gira perto de 6%, o que preocupa o BC porque indica que preços ligados ao dia a dia, como corte de cabelo, restaurantes e outros serviços, ainda sobem com força.
A lógica por trás da decisão é esfriar a economia. Com juros altos, o crédito fica mais caro, o consumo desacelera e o PIB já sente esse efeito, com crescimento de apenas 0,1% no terceiro trimestre. O próprio Banco Central fala em um ambiente de “elevada incerteza” e reforça a necessidade de cautela. Na leitura dos economistas, o recado nas entrelinhas é que a inflação está cedendo, o mercado de trabalho começa a perder fôlego, mas ainda não o suficiente para justificar cortes de juros.
Outro ponto central do debate é o gasto público. Especialistas lembram que seria muito mais fácil ter juros mais baixos se o governo ajudasse no controle da inflação, segurando o crescimento das despesas, principalmente as chamadas despesas obrigatórias, que crescem independentemente do momento econômico. Sem esse ajuste fiscal mais claro, o BC acaba fazendo quase sozinho o trabalho de segurar a inflação, mantendo a Selic lá em cima por mais tempo.
Para o mercado em geral, inclusive o imobiliário, o recado é de atenção redobrada. Juros altos significam crédito mais caro, financiamentos mais pesados e decisões de investimento mais lentas. Enquanto não houver um sinal mais firme de melhora nas contas públicas, a tendência é o Banco Central seguir segurando a tesoura e evitar cortes mais agressivos na taxa de juros.
Aluguel consignado: o que vem por aí para o mercado de locação

Depois de mais de dez anos de discussão, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que cria o aluguel consignado. Na prática, ele permite que o valor do aluguel residencial seja descontado direto da folha de pagamento. O texto foi aprovado na CCJ e agora segue para o Senado.
Pelo projeto, servidores públicos, trabalhadores CLT e, em versões apensadas, aposentados e pensionistas do INSS poderão autorizar o desconto de até 25% do salário líquido para pagar aluguel e encargos, desde que o total de consignações voluntárias não passe de 50% da renda. O desconto só é interrompido com a rescisão do contrato de locação ou, no caso de empregados CLT, com pedido de cancelamento informado com antecedência.
Para o mercado imobiliário, a expectativa é de que o modelo amplie a base de inquilinos, principalmente entre quem hoje é barrado por falta de fiador ou dificuldade em comprovar segurança de pagamento. Do lado do locador, o recebimento via consignação tende a reduzir risco de inadimplência e dar mais previsibilidade ao fluxo de caixa das imobiliárias e proprietários.
Se for confirmado pelo Senado sem grandes mudanças, o aluguel consignado tem tudo para se tornar uma nova ferramenta na locação residencial, combinando menos burocracia para o inquilino e mais segurança para o mercado.
O bairro que trocou cimento por natureza na Croácia

Em Zagreb, capital da Croácia, um bairro inteiro resolveu mudar de cara – e de futuro. Gornja Dubrava, com cerca de 58 mil moradores, decidiu dizer “menos cimento, mais natureza” e virou vitrine internacional de urbanismo sustentável. O novo plano da região apostou em paisagens mais abertas, menos prédios e mais espaços para viver a cidade: áreas que antes eram voltadas a comércio ou ocupadas por estruturas de concreto estão sendo transformadas em parques, praças e áreas de lazer. No entorno do Centro Cultural Dubrava, por exemplo, mais de 13 mil metros quadrados antes usados para atividades econômicas viraram espaço público para convívio, descanso e brincadeira.
As regras de construção também mudaram o jogo. Agora, os edifícios só podem ter até três apartamentos, o que segura a verticalização e favorece moradias mais familiares. A exigência mínima de terreno natural passou de 20% para 30%, e bairros modernistas da região, como Klaka, Studentski Grad e Poljanice, ganharam proteção para garantir que o verde continue fazendo parte da paisagem. Resultado: Gornja Dubrava trocou o cinza pelo verde – e, junto com isso, ganhou em qualidade de vida, sensação de bairro e um lugar de destaque no mapa das cidades que estão repensando o jeito de crescer.
Não é só meme: Geração Z quer mesmo comprar imóvel nos próximos anos

O desejo de comprar um imóvel continua alto no país. De acordo com estudo da Brain, 48% dos brasileiros pretendem adquirir um imóvel nos próximos 24 meses. E quem está puxando essa fila são as gerações mais jovens.
Entre os mais novos, o apetite é ainda maior:
• Geração Z (21–28 anos): 61% querem comprar um imóvel
• Geração Y (29–44 anos): 51% planejam a compra
A intenção de compra aparece em todas as faixas de renda, inclusive acima de R$ 10 mil, mostrando que o interesse pela casa própria continua forte tanto como moradia quanto como forma de investimento.
Do outro lado, os obstáculos são conhecidos: entrada alta, parcela que não cabe no bolso e dificuldade de aprovação no banco ainda travam muitos negócios. A expectativa é que, com um cenário de queda de juros a partir de 2026, parte dessa demanda que hoje está só no plano das ideias finalmente avance para o contrato assinado.
Apartamentos “para hospedagem” perdem força em São Paulo

Os apartamentos feitos para locação de curta duração, os famosos NRs (não residenciais), perderam espaço nos lançamentos em São Paulo.
De acordo com a Brain, foram lançadas 16,6 mil unidades desse tipo nos últimos anos, mas o ritmo despencou: em 2021, eram mais de 3 mil unidades; em 2025, até outubro, apenas 540.
Por que os NRs sumiram dos lançamentos?
Alguns pontos explicam a virada:
• Fim dos benefícios na lei: até 2024, NRs permitiam construir até 20% a mais de área sem pagar outorga onerosa, o que deixava o projeto mais barato e rentável. Com o novo Plano Diretor e a revisão da Lei de Zoneamento, o incentivo acabou e a área extra passou a ser paga.
• Juros mais altos: renda fixa ficou mais atrativa e a conta da rentabilidade de imóveis para renda deixou de ser tão vantajosa.
• Incerteza regulatória: cresce o debate sobre regras para locação de curta temporada, o que deixa incorporador e investidor mais cautelosos.
• Pressão de fiscalização: a CPI da HIS e o medo de desvirtuar o uso previsto em lei também ajudaram a reduzir o apetite por esse tipo de produto.
E o mercado se reposiciona
Em vez de NRs para hospedagem, muitas incorporadoras passaram a apostar em:
• apartamentos compactos residenciais, que acabam indo para locação;
• uso do conceito NR em salas comerciais, lajes corporativas ou pequenos malls no térreo.
Bairros como Vila Mariana, Butantã, Pinheiros, Vila Clementino e Perdizes lideraram os lançamentos de NRs desde 2021, mas hoje estão vendo esse modelo encolher.
No fim, o recado é claro: o “boom” dos NRs de hospedagem deu lugar a um mercado mais seletivo, com menos produto para curta temporada e mais espaço para residencial compacto, uso comercial bem definido e projetos focados em moradia de longo prazo.
Travis Kelce e Taylor Swift planejam dizer “sim” em mansão de US$ 18 milhões à beira-mar

O dia do “sim” de Taylor Swift e Travis Kelce ainda não tem data revelada, mas um detalhe já chamou a atenção: onde tudo deve acontecer.
Segundo sites de celebridades, o casal quer se casar na mansão à beira-mar da cantora em Rhode Island, no nordeste dos Estados Unidos, uma casa avaliada em cerca de US$ 18 milhões (quase R$ 100 milhões).
Taylor quer transformar o jardim da propriedade especialmente para o casamento. A ideia é começar meses antes a plantação das flores favoritas dela e criar um cenário totalmente romântico. O casal estaria disposto a investir cerca de US$ 1,2 milhão (algo em torno de R$ 6,5 milhões) só nessa preparação: paisagismo, jardineiros, especialistas e um reforço pesado de segurança para manter tudo longe de paparazzi e curiosos.
Entre as flores cotadas para o grande dia estão rosas vermelhas, orquídeas, hortênsias e peônias.
A lista de envolvidas também é bem estrelada. Amigas próximas, como Gigi Hadid e Selena Gomez, teriam sido convidadas para serem madrinhas, e as mães de Taylor e Travis estariam ajudando diretamente na organização. A festa não deve ser só uma noite: a ideia é fazer uma celebração de fim de semana inteiro, de sexta a domingo, em clima de retiro à beira-mar.
E não para por aí. O plano do casal inclui uma série de mini-viagens de despedida de solteira para lugares queridos por Taylor, como Nova York, Nashville, Bahamas e Itália. Existe até a possibilidade de os dois comprarem uma casa em Lake Como, na região da Lombardia, para realizar uma segunda cerimônia por lá.
Se tudo isso se confirmar, o casamento de Taylor Swift promete ser menos “evento” e mais série em temporadas: mansão cinematográfica, jardins milionários, amigas famosas e um tour romântico pelo mapa.
Fundação Itaú garante um dos últimos terrenos vagos da Avenida Paulista

A Fundação Itaú acaba de garantir um endereço para lá de estratégico em São Paulo. A instituição, que é o braço de cultura e educação do banco, comprou um dos últimos terrenos ainda vazios da Avenida Paulista, bem na esquina com a Rua Pamplona, ao lado do prédio da Fiesp.
De acordo com o registro em cartório, o negócio saiu por R$ 49 milhões. O terreno pertencia a um fundo ligado ao BTG Pactual, que assumiu a área em 2019, quando comprou o fundo Top Center II. As conversas com a Fundação Itaú começaram no início deste ano e o compromisso de compra foi firmado em abril, passando por alguns aditivos até a conclusão definitiva da operação.
Até pouco tempo atrás, o espaço era ocupado por uma farmácia e um estacionamento, uso típico de um terreno super bem localizado à espera de um projeto maior. Agora, o lote já está cercado por tapumes e equipes trabalham na limpeza e preparação do local. A Fundação ainda não divulgou oficialmente o que pretende construir ali.
A novidade reforça a presença do Itaú na Paulista, onde a instituição já mantém o Itaú Cultural e o Espaço Olavo Setúbal, que abriga parte do acervo de arte moderna do banco. A avenida, que já concentra ícones como Masp, Sesc Paulista, IMS e Belas Artes, ganha mais um capítulo nessa vocação cultural.
Do ponto de vista imobiliário, o movimento é simbólico: trata-se de um terreno raro em uma das regiões mais valorizadas do país, comprado por um player com histórico de investir em equipamentos culturais e espaços abertos ao público. O projeto que vier ali na próxima fase tem potencial para impactar fluxo de pessoas, comércio e percepção de valor em todo o entorno.
Boom de lançamentos x freio nas vendas: como fica o jogo dos apartamentos em 2025?

O mercado imobiliário fechou o 3º trimestre de 2025 com um cenário misto: mais lançamentos, menos vendas e estoque maior.
De julho a setembro, foram lançados 108,8 mil apartamentos residenciais no país, um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da CBIC em parceria com a Brain.
Do outro lado, as vendas caíram 6,5%, somando 101,3 mil unidades em 221 cidades acompanhadas pelo estudo. Com mais produto entrando do que saindo, o estoque chegou a 312,5 mil unidades, alta de 3,3% em 12 meses, considerando imóveis na planta, em obras ou recém-entregues.
Na prática, isso significa que, se ninguém lançasse mais nada hoje, o volume disponível seria suficiente para aproximadamente nove meses de vendas, usando a média dos últimos 12 meses. No trimestre anterior, essa “folga” era de oito meses.
Mesmo assim, o ano ainda é de saldo positivo.
De janeiro a setembro, os lançamentos somaram 307,3 mil unidades, crescimento de 8,4% frente a 2024. As vendas acumuladas também avançaram, com alta de 5%, chegando a 312,2 mil unidades no período.
Em valores, o movimento é ainda mais forte:
• os lançamentos já somam cerca de R$ 199 bilhões no ano, alta de 22,9%;
• as vendas movimentaram R$ 188,7 bilhões, crescimento de 13,2%;
• o ticket médio das unidades vendidas subiu 4,4%, alcançando R$ 199 mil.
Para quem atua no mercado, o recado é claro:
há mais produto na prateleira, as vendas seguem em bom nível no acumulado do ano e o estoque um pouco mais alto pode abrir espaço para negociação, campanhas e ajustes de estratégia nos próximos meses.
Estádio no céu? O “Sky Stadium” da Arábia Saudita que virou assunto na internet

Viralizou um vídeo conceitual feito por Inteligência Artificial mostrando o NEOM Sky Stadium, um estádio suspenso na Arábia Saudita a 350 metros de altura, no topo de um arranha-céu, com vista para o deserto e capacidade para 46 mil pessoas. A ideia faz parte do imaginário futurista do megaprojeto NEOM, que promete cidades high-tech e até 15 arenas moderninhas antes da Copa do Mundo de 2034.
Por enquanto, porém, tudo indica que o vídeo é mais fantasia digital do que projeto oficial: nem o governo saudita nem o comitê da Copa confirmaram a arena nos céus.
Fato é que o Sky Stadium já cumpriu seu papel: virou entretenimento, pauta de curiosidades e combustível para debates sobre até onde a arquitetura, a tecnologia e a imaginação podem ir. Se um dia vamos ver um jogo a 350 metros de altura, ninguém sabe. Mas que a internet adorou a ideia, isso não resta dúvida.